Ter a estranha afinidade de se afastar das pessoas mais importantes quando mais se precisam delas é horrível. Tanto os magoamos a eles com a distância e frieza, como mais nos magoamos a nós próprios, que ao fim nunca chegamos a perceber o porque de sermos assim.
A mágoa pode passar, mas custa imenso. A distância pode causar rupturas gravíssimas numa amizade outrora achada tão bela e profunda, e que no fim acabam esquecidas, sem compreensão, e pior, ódio!
Porque?
O Porquê é o que ninguém vai conseguir achar. Existem vários tipos de pessoas, existem os livros abertos que contam tudo a todos, existem os confiantes, que sabem que podem confiar na sua contact list, existem os verdadeiros, que sabem em quem confiar, existem os normais, que tanto confia num como no outro, existem os desconfiados, sabem que querem confiar, mas antes de fazer o teste, nada feito, existem os neutros, tudo acontece mas para eles é tudo um mal passageiro, e por fim, existimos nós, os fechados, que por mais mal que estejam conseguem sempre esboçar um sorriso deixando os outros a pensar que esta tudo bem.
Mas mesmo essa farsa chega a um ponto onde deixa de ter efeito, e aí sim, tentamos fugir de tudo e de todos, não querem preocupar e muito menos ocupar alguém com algo que pertence a nos, algo que nos fizemos de errado, algo que nos atormenta a alma, algo mau, seja o que for, nós o fizemos, nós o vivemos e na nossa cabeça, nós o resolvemos.
Não somos piores pessoas por sermos assim, simplesmente agimos de maneira diferente, vivemos o sofrimento sozinhos, eu nunca aprendi a partilhar a dor, o que é isso? É fazer outra pessoa chorar quando as lágrimas deveriam escorrer pela nossa face? É mandar os outros controlar as nossas emoções quando nós as deveríamos saber controlar? O que é a partilha da dor?
Não somos nem melhores nem piores que outras pessoas, somos nós. Somos bons amigos, sabemos em quem confiar, sabemos ser divertidos, sabemos ser leais, sabemos ser queridos e amáveis, adoramos ser mimados, acarinhados, estimados, adoramos ver quando o nosso trabalho tem valor para outras pessoas, adoramos ajuda.
Simplesmente existem aqueles dias em que nada esta bem, e quando temos problemas dificilmente nos abrimos, e isso agradecemos ao passado, que tanto nos magoou, tanto brincou com os nossos sentimentos que agora mal nos conseguimos abrir para quem mais amamos.
Eu pertenço ao tipo de pessoa que se afasta de quem mais ama, quando mais precisa…vais me abandonar por ser assim?